O amor era a
única forma de existir em um mundo completamente vazio. Dentre tantas coisas
que me habitavam os ossos. O coração era que doía. Dia após dia, caminhando no
caos da inexistência, entre caminhos nebulosos. Lá estava ele querendo ser de
alguém. Ela era tão dela, mas toparia se dividir caso ele prometesse o sorriso
de sempre, mesmo nos dias mais difíceis, caso ele segurasse a sua a mão e
tirasse todo o medo.
Em um mundo
repleto de idas e vindas. De superficialidades e egos inflamados. Procurar era
quase um: eu te amo. Ela ficou por hora tristonha. Sonhando com o melhor beijo
do mundo. Que seria dele, mas existiria apenas caso fosse o dele no dela. O tão
sonhando encontro de corações ofegantes. Nada importava. Mas tinha o trabalho,
a rotina, os horários, o medo. Sim, o medo. O pior e maior fator de todos, o
medo, porque se magoar era a coisa mais difícil do mundo e mais fácil.
Entre ventos
e mar e pensamentos delirantes. Talvez viver fosse uma espécie de competição e
ela nem sabia. Se perdera na fila, lerda, coitada. Vivia no mundo dos sonhos.
Por hora se imaginava em um castelo pela a espera de um príncipe. Mas a
realidade era outra. Era bolha no pé, telefone que não toca, mensagem que não
visualiza. O dragão seria confortante em meio ao mar de versos que se espalhara
no seu quarto e as tantas dúvidas abafadas e não esclarecidas. Era melhor
perder o sapatinho, era tão mais bobo comer a maçã. Acho que qualquer coisa
seria melhor do que a realidade de hoje em dia, de amores que nem chegam a acontecer,
de pessoas que não se permitem.
Acabou e eu
vi ele dormir tão poucas vezes, acabou e eu esqueci meu livro na estante, nem
cheguei a olhar ele na sua camisa na favorita, não conheci seus pais, nem sei
se ele resolveu fazer a barba, ou se mudou o gosto do vinho. Acabou de alguma
forma tinha que acabar. O mundo não tinha mais espaço pra isso de amar. Se
doaram tanto e de repente não houve soma. Seria mais fácil voltar o relógio e
fingir que nada aconteceu. Menos comprimidos e folhas gastas.
Eu e meus
sapatinhos de cristais.
Elen Abreu
Um comentário:
Nessuno può tornare indietro per cambiare quello che è stato. Ma oggi abbiamo la possibilità di lavorare nel presente per rendere il 2017 il futuro che sogniamo. Felice anno nuovo!
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