Talvez o amor


Meus pés frios
Talvez o amor fosse a busca frequente por retiradas a qualquer custo daquela dor no peito
As pessoas admitindo ou não, buscam alguém
E esse vazio nas noites de frio é só nossa alma gritando que precisa ser abraçada depois que o sol se põe.
Eu posso fazer tudo sozinha, eu tenho minha vida e você tem a sua
E os espaços?
O  momento que abro a porta de casa e não vejo ninguém
Meus momentos perdidos entre a retirada da roupa ao caminho do banheiro
Minha comida repetida e gelada
Minha taça sozinha
Meu filme sem palpites, mãos brincando e respiração

Eu não procuro ninguém, mas quando saio nos raros fim de semana há coisas que não são preenchidas e volto pra casa perdida
Minha cama vazia e minha paciência gasta
Meus dias demorados e perdidos em nada
Meus pensamentos mudos e gritantes
Minhas conversas legais e minha sala vazia

Eu não procuro ninguém, mas acho que tudo poderia ser mais fácil dividindo a rotina com alguém, depois de todo um mundo cheio de gente cansada e repetitiva
Meus pés soltos e paraquedas e nuvens azuis
Meu penteado novo e meu sorriso de sempre
Meu abraço tímido e minha maneira estranha de demonstrar qualquer coisa
Meus lábios secos e olhos falantes

Eu confusa querendo desistir de tudo, afinal não procuro ninguém e já chequei o celular mil vezes, você poderia facilitar as coisas
Meus traumas e inquietações
Minha fadiga e poemas
Minha insanidade e todo carinho de sempre


Eu não procuro ninguém, que tal a gente se procurar?

Elen Abreu

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