O que falar se não de amor?



Era uma noite fria. Noites frias eram mais frias que as outras que eu sentia frio, porém, tudo dentro de mim. Eu já teria assistido um filme que confundiu minha mente. Já teria dormindo lendo um livro interessante, colocando culpa na falta de sono da noite passada. Olhei no facebook poemas de uma menina comum, eu me questionei por que não divulgar os meus? Os meu eram tão bons quanto, ao menos acreditava eu, que naquela altura já não se importava com a opinião de ninguém em mais nada na minha vida. Mas por que ainda o medo dos poemas?

Eu queria escutar uma música, porém, nenhuma se encaixava no momento, assim como mais uma vez eu queria acreditar que eu poderia falar sobre outras coisas que não o amor. E lá vem ele e pulsa meus miolos, batendo nas veias, querendo sacudir e se rastejar por alguém. Lá vem ele, medroso, furtivo, tão oferecido quando lembra que as noites poderiam ser melhores dormindo no peito de alguém.

Tomo uma taça de vinho pela a metade, lentamente, apenas para relaxar as pernas e ajudar a escrever. Eu amo até não amando ninguém. O amor vivia em mim, mesmo eu não vivendo o amor. E eu era a pétala no chão, a carta nas mãos, a vontade do beijo difícil de acontecer, então, eu era olhos que cerram e respiração contada, assim lentamente, ansiosa, iludida e louca. E depois mãos que afagam, relógios esperando não sei o quê.

Não encontro a música, sou alma no papel e coração que escreve. O que poderia mudar? Se eu tivesse beijado menos? Se eu tivesse falado mais?Acontece que beijei demais, falei pouco, escrevi tanto. Por favor, não seja apenas mais um poema meu. Caso o seja, que seja aqueles que eu escrevo sorrindo, e não aqueles em que borro o teclado.

O amor era tudo aquilo que eu não sabia explicar e nem acertar, mesmo apanhando todo dia.

Elen Abreu






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